domingo, agosto 23, 2015

será

ah.será que dá?esta é só para experimentar.se der, siga





quarta-feira, outubro 27, 2010

eh, olha, é tipo

ai e tal.ai e tal. foge para longe, foge, mas não foges de ti, por muito que tentes. ai e tal, tu estás é parvo. o que queres, afinal? não sei. só sei que isso não quero. e quem és tu para me dizeres seja o que for? quem és tu? O que és tu? peço desculpa, ó soberania, por negar a minha insignificância. um, dois, três, quantos forem. uns atrás dos outros, sempre iguais nas suas diferenças. não sou melhor que vossa excelência, mas vossa excelência ainda tem que me convencer que é melhor que eu. não quero o mesmo que tu. Tu, sejas lá quem fores. e depois? Fode-te.

sexta-feira, agosto 27, 2010

elegia do elogio

estúpidos, anormais, mentecaptos, básicos, burros, limitados, idiotas, energúmenos, cretinos, pedantes, atrofiados, resignados, cínicos, hipócritas, aborrecidos, atrasados, mentecaptos, cabrões, arrogantes, falsos, filhos da puta, nojentos, chatos, fúteis, asquerosos, deficientes, previsíveis, foleiros, pedantes, merdosos, tótós, convencidos, coitadinhos, iludidos, acabados, cegos, azeiteiros, pseudos, ressabiados, fingidos,amargos, podres, asquerosos, mal-cheirosos, enganados, trocados, fritos, queimados, cócós, medricas, vazios, inchados, montanheiros, caras de caralho, cretinos, rasteiros, judas, maldicentes, putrefactos, ignorantes, leigos, calhaus, toscos, feios, abomináveis, repelentes, asquerosos, xungas, vazios,provincianos, mongolóides, previsíveis...pronto..já estou aliviado.beijinhos

quinta-feira, janeiro 28, 2010

fábula (o animal sou eu)

Era uma vez. era uma vez a inspiração. era uma vez mas já não é. era uma vez uma tela em branco que precisava deixar de o ser.já não é.em branco.agora está suja, porque nem toda a merda cheira mal e não é por isso que deixa de ser merda.era uma vez uma letra. era uma vez uma palavra.era uma vez uma frase.era uma vez uma ideia.e o que foi nunca chegou a ser.

FIM

segunda-feira, janeiro 25, 2010

A Letra não entra sem sangue

Litterae non entrant sine sanguine

quarta-feira, novembro 25, 2009

Primatta


as coisas vão correndo bem.mesmo com a minha natureza negligente, o caminho tem sido em frente, apesar das lombas.o alter ego está activo e em força!
Foto by Duarte Rito

quarta-feira, novembro 18, 2009

Nefalito

Já foi há..não sei, dezena e meia de anos.15 segundos de conversa e nunca mais me esqueci. Não sei porque existem estas coisas que se apropriam de nós e nunca mais partem. "O André é um nefalito", disse ela, do alto da sua secretária velha e gasta, com cheiro a giz e papel, com um sorriso de ternura e o ar altivo que a caracterizava. "O que é isso" retorqui, esperando uma ofensa dissimulada no carinho da expressão corporal."é um ser mitológico que vive nas nuvens".UI.pois é. Sô pressora, tem razão. Descortinou-me anos antes de eu mesmo o fazer.Continuo a fazê-lo. Não vivo cá. Vivo em fantasias e utopias que só existem em mim. Pode ser um lugar triste e isolado muitas vezes, mas quando o sol brilha, cá de cima, das nuvens, a vista é do melhor que há.

terça-feira, outubro 20, 2009

o2

suspira.diafragma.enche o pulmão e o estomâgo em simultaneo.inpira.vá, inspira.pára. relaxa. expira devagar, pelo nariz.agora pela boca. pára. respira.parabéns.estás vivo(a).

hum..

xi. hum.tou bem. pois é.não tou nada mal. faço coisas.viver é fazer coisas.não passa disso.não fazer nada é o principio do fim.aliás, o nada é o fim, o principio e o meio. é o absoluto. é o vazio infinito.faço coisas. e fujo. para longe, bem longe. sou o que faço. o que faço sou eu. quando nada faço, nada sou.xi.hum. tão simples.

segunda-feira, agosto 17, 2009

amor fraterno

não me magoaram.nada. não me assustaram.nada.só conseguiram que eu perdesse um pouco mais de fé nas pessoas. magoaram mais as pessoas que me rodeiam. a essas, sim, doeu. mas a culpa é minha.sempre. epá, é que isto não foi um tabefe. todo o cromo que me viu a face, o dente lascado, as trombas fodidas, foi um ai jesus. tantos amigos que eu tenho..sim, senhor. Agora tu e tu, não vos perdoo. estúpidos. magoaram-me mais do que os gajos que me deixaram a beijar sangue e pedra. sangue do meu sangue? esse ficou no chão.

sexta-feira, junho 05, 2009

capital

camisa leve e fresca.discurso assertivo.assumpção de felicidade.ah..a ansiedade do status..nota, muita nota, meus meninos. a roupa nova cheira sempre bem. e quanto mais cara mais bem cheira. éticas de vida? sim, porque a moral não tem nada a ver com isto apesar de haver quem esteja cheio dela. acho mal? não, nada. mas o problemas das subidas é que no sentido inverso são descidas e o caminho costuma ser bem mais rápido e doloroso, especialmente se se escorregar. portanto, pés no chão e cabeça na terra para não faltar quem esteja por trás para amparar. ou seja, quem gosta preocupa-se e eu apenas quero que ninguém torça o pé, porque essa merda dói.

segunda-feira, maio 11, 2009

back to basics

não sei se é de um ou de outro. ou da conjunção dos dois. o facto é que a paroxetina e o escitalopram fazem diferença. reparem, não disse que faziam maravilhas, mas sim diferença. epá, é que se nota, isto não é placebo, não me enganam. se sou feliz de repente? não? se tudo parece bom e promissor? não. mas existe uma névoa, um desfocar feito de tristeza, angustia e melancolia que clareia, fica mais ténue, mais fino, respira-se melhor.

terça-feira, maio 05, 2009

almofada encarquilhada

és sempre linda ao acordar.isso é irrefutável e não há nada de pouco lisonjeiro que possa dizer em relação a isso.

terça-feira, abril 28, 2009

faz este oficio e manda o fax

negros.sujos e conspurcados, fonte de cotão e ácaros.sujo que não sai.estou doido?talvez.sozinho?talvez não. influenciado?talvez?intrínseco?hummm..não sei. sou um produto fabricado por ELES ou uma simples consequência adjuvada?tás a perceber?não, possívelmente. mas eu estou.autorizado, visto, entrada, despacho, 4135,4136,4137, foda-se, não era nesse dossier.8 horas, meio dia, faz a barba, mete o cartão. organiza, rasga, organiza, confere, rubrica, pica o ponto, bebe uma cerveja, bebe muitas, não bebas.cria, carrega, toca, dá ao litro, não deixes osonho morrer.porque os sonhos são para quando se está acordado.os pesadelos deixa-os na almofada.

terça-feira, abril 21, 2009

papel principal(sim, é uma referência à Adelaide Ferreira)

onde quer que vás. para longe ou para perto. estás presente. não foges. aqui ou ali, a tua presença é constante.és omnipresente.na vida não há personagens secundárias, pois todos somos a personagem principal das nossas próprias histórias.já entraste em muitos filmes, como figurante, como parte importante do guião, como salvador ou mau da fita. mas na tua história és o centro da narrativa. e não sabes bem que papel te deram, nem te deixaram decorar as deixas. és um actor perdido num estúdio muito bem feito do qual não achas a porta de saída, porque não existe. e é um filme muito experimental, este, corre todos os géneros, desde a comédia à tragédia, do terror à série b, passando pela pornografia, passeando pelo surrealismo, drama, fantasia, pfff...géneros demais para contabilizar. um filme com tres horas já é muito grande

terça-feira, março 17, 2009

Q.B.

é verdade, sim. Queixo-me muito, demais. sou um mal agradecido, um insatisfeito. É um exagero. Tenho de fazer mais e queixar-me menos, ser produtivo, deixar de ser um negativista absoluto. posso ser um negativista relativo, um qualquer coisa q.b. é que exageros é comigo. Então vá, em vez de uma colher de sopa, chega uma de chá.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

blábláblá

de que é que precisas mais? emprego, dinheiro para comer, uma televisão grande, um cão. a seguir ao domingo vem sempre a segunda. e quando chega o fim da semana apenas estás mais próximo do ínicio da seguinte. e as semanas passam e cada vez estou mais morto. não sei onde fiquei pelo caminho, porque já não me encontro. deve ser o amadurecimento. pois claro. e sabemos o que vem a seguir ao maduro. eu, que só gosto de fruta verde. está tudo podre. ou caminha para isso. o meu corpo está cansado,gasto,quebrado,feio. arrasto-me. isto não é vida.

quinta-feira, novembro 13, 2008

rotina(S)

cansado.das mesmas caras,das mesmas horas,dos mesmos dias,dos mesmos sítios,das mesmas conversas,das mesmas coisas.entediado,frustrado,aborrecido,chateado,abatido,exausto.das mesmas caras,das mesmas horas,dos mesmos dias,dos mesmos sítios,das mesmas conversas,das mesmas coisas.saturado da repetição constante.das mesmas caras,das mesmas horas,dos mesmos dias,dos mesmos sítios,das mesmas conversas,das mesmas coisas.entediado,frustrado,aborrecido,chateado,abatido,exausto.saturado da repetição constante.constante,constante,constante e constante,a repetição.constante.a repetição.das mesmas caras,das mesmas horas,dos mesmos dias,dos mesmos sítios,das mesmas conversas,das mesmas coisas.

quarta-feira, agosto 06, 2008

alter ego




máscara.não tapa a cara, mas cobre a alma.esconde e revela. finge mas sente.

reflection

can you look at me now
you'll see my face
come back, look again, now
you'll see your face

All is one
Two is a fake

Primatta

vaidades

tão fútil é o que usa porque se usa como o que usa porque não se usa

terça-feira, julho 29, 2008

pois

isto hoje vai em jeito de informação. fui avisado por pessoas que quiseram comentar e passar por aqui que o blogger não permitia aceder. verifiquei, e relamente, as definiçoes, não sei porquê, não o permitiam.acho que o problema está resolvido.portanto, pelo menos duas ou três pessoas, que são as que passam por cá, vão poder cascar-me na cabeça via virtual. bem vindos

sexta-feira, julho 04, 2008

remédio santo

ando a ter ataques de ansiedade. é mau, sim senhor, mas nem sempre. a ansiedade faz-nos querer combater o tédio, o tédio mói, mói, até que mata. mas se cristo ressuscitou(!?), quem é ele para dizer que não posso fazer o mesmo. por esta ordem de ideias, quem devia andar pregado em cima das camas das beatas era eu. já morri e ressuscitei muitos mais vezes que esse gajo.todos os dias. preciso de tomar uns comprimidos, mas não são desses que estão em caixas. desses estou saturado. preciso de um comprimido com cheiro a mar, doutro em sol maior, um acabado de sair de um banho e outro que me abrace. aqueles pequeninos não conseguem fazer isso.ainda por cima engordam.

quinta-feira, julho 03, 2008

sol

estou aqui.sozinho.mas a solidão não tocou á porta.sozinho.mas comigo.há dias acordei quadrado.noutro acordei líquido e noutro ainda gasoso.mas os piores são os que sou triangulo,nunca percebi os triangulos nem os catetos nem a hipotenusa.hoje estou aqui.sozinho.mas hoje acordei eu.com areia nos pés e sal na pele,estou no meio de amigos.e comigo.e é tão bom(eu) conseguir ser meu amigo.mais logo, logo se vê.

quinta-feira, março 13, 2008

pois

é isso.já sei no que acredito.nas leis do karma. o que dás, recebes. o que vai, volta. é isso, pois.

quinta-feira, março 06, 2008

Aha! Eureka

não faz mal um gajo sentir-se diferente.nao faz mal.nenhum.aceita-se.ainda bem.passei anos a desseperar e a arrancar cabelos.porquê.não me conhecia.não sabia o conceito de empatia.sentia-me sozinho. estava sozinho.hoje, sinto-me diferente de todos os outros e gosto.sinto-me igual a todos os demais e gosto.gosto de sentir que não há nenhum como eu.e gosto de saber que são todos iguais a mim.aprendi.cresci.estou mais forte.nunca me conheci. achei-me.estava perdido.achei-me.

?catarses melódicas

estou muito feliz e ansioso.parece mentira, mas é assim.um grupo de amigos está a dar-me a possibilidade de fazer o que mais gosto.não posso deixar passar.tenho deixado passar tudo.tenho de assumir a coragem de fazer o que gosto.há sempre riscos inerentes, mas não tenho nada a perder.só tenho de acreditar que sou capaz.confiança.eu acredito.vou tentar.não, vou conseguir.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

sem título

acho que vou começar a escrever outra vez.palavras,palavras

domingo, abril 15, 2007

novo(?)

estou novo. estou? mais velho, mas mais novo, de certa forma. sou um novo mas mais velho homem. ou sou o mesmo, o mesmo que sempre fui mas que me esqueci que existia. negligenciei o mundo porque que me negligenciei a mim. é que este é um novo que cheira a velho, mas nao o mesmo velho cronológica que vem na primeira linha. é velho porque sinto que já o conheço, como a um velho amigo que não se encontra a anos mas quando se está com ele parece que o tempo não passou, que somos sempre os mesmos putos. estou novo. hum.espero.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

preguiça

jhgjdfbjvtbvruirbvirbhgibeib

domingo, dezembro 17, 2006

de interesse público

eu escrevo como penso, não penso como escrevo.nunca sei o que vou escrever, nunca planeio uma moral ou uma narrativa, uma ideia. vou deixando sair, sair, vai saindo.na cama tenho ideias geniais, teorias nunca dantes concebidas, lampejos predestinados, mas acho que a a almofada as comeu.e aqui chego, vazio, e o que sai é ar,ou entra, não sei.eu estou sempre a dizer isto, realmente não sei muita coisa. Adiante. escrever uma linhas sobre escrever umas linhas é realmente um assunto muito interessante.deve ser por isso que nao tenho mais nada para dizer. ou não me apetece. não sei.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

t-shirt

eu nao bebo muito, mas quando o faço, transformo-me noutra pessoa e essa bebe como o caralho

quinta

levantar, fumar um cigarro, lavar a cara, mijar, cigarro, fazer café, cagar, beber café com um cigarro, ir á tasca do canto comprar tabaco(é só vestir o casaco por cima do tronco nu, espetar o barrete na tola e os pés nos chinelos), cigarro, tirar o barrete e o casaco, mais café, água 1,5 mg de paroxetina e outros tantos de cipralex, banho. não, banho, não, tocaram á porta, é o xico, Então pá, Tão, foste às aulas, Sim, vou bazar pa Faro, Como, De comboio, Vou ao multibanco comprar o bilhete, já passo aí, Ok. Esperar pelo xico antes do banho para abrir a porta, esperar, esperar, banho. lavar os dentes, ir á do sr António comprar pão ,queijo e cerveja, Panrico sem colesterol, ainda bem, tenho isto alto, Ai é, Pois, é de familia, isso e a tensao alta, Pois, é de familia. beber, cigarro, cigarro, beber, cigarro, beber, cigarro,cigarro, ouvir música, sacar música, ouvir música,cigarro, beber, lavar loiça, cigarro.
Perdi a paciência para contar mais.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

cito

"Eu pertenço àquela classe de loucos eternamente insatisfeitos, sedentos de tudo, e gosto só de pessoas assim"

Bob Dylan

dismorfia

hoje

Desintegração, dismorfia de mim, saudade do quê, De mim, ou não, de ti, Talvez, mas ao ao fim ao cabo não é o mesmo? Saudade daqui é saudade de mim, dali , e de ti, não será também? Esta música lembra-me disto, daquilo, de ti, de vocês, de nós, de mim. não és tu um reflexo? não existes. És só um pedaço de mim, O quê, És só um pedaço, Do quê, De mim, és uma projecção, és para mim o conceito que existe, a imagem que vejo, a voz que ouço, o que eu quero que sejas. Não existes fora de mim. Quem, eu, Tu, sim, tu e toda a gente, pensa lá, o que é o mundo para ti, Sei lá, O teu mundo és tu, e nada do que existe que escape aos limites da tua percepção é real, eu para ti sou outro do que sou, um outro que é teu, só existe em ti.
Sei lá, se calhar. Ou não.

domingo, dezembro 10, 2006

o fim do homo normalis - conclusão

"O borderline apresenta justamente problemas na área da identificação-identidade. O neurótico (e aqui eu me refiro tanto ao neurótico “normal” quanto ao “doente”) tendo vivido identificações suficientemente boas e portanto criado uma eficiente regulação endo-psíquica não está coagido a estabelecer relações duais passionais, podendo vincular-se com o outro através de um terceiro termo, comum e externo ao par. Já o borderline necessita das pessoas para estabelecer relações duais, afim de efetuar identificações e viver relacionamentos mais primitivos e passionais. Na tentativa de aplacar sua angústia e seu vazio os borderlines tanto podem parar nos consultórios como podem, assumindo a sua múltipla identidade, a sua angústia de desintegração, o seu vazio, a sua precariedade de identificações, atuar produtiva e criativamente no terreno das artes, da cultura, do social. O contingente de borderlines tem crescido em vista das condições sociais, culturais e familiares. Mas esta mudança parece acompanhar as necessidades de um mundo em rápida transformação. Por isto mesmo o ideal de homem está mudando. Se até há algumas décadas atrás o homem ideal era aquele certinho, bem-comportado, obediente, obsessivo, estável e, como diz Deleuze, bem-educado, polido, resignado, hoje em dia temos um novo ideal: dele se espera criatividade, inquietude, agressividade, angústia. Em condições de estabilidade o homem podia encastelar-se em suas certezas e em sua estrutura desatendendo ao movimento do mundo, ao seu vir-a-ser; o normal era o homem bem estruturado, da linhagem da neurose. Diante de um mundo em constante transformação foi preciso estabelecer uma nova relação de conhecimento. O homem teve de abandonar o seu reduto, as suas certezas, o seu castelo ideológico e teórico, para lançar-se, com todas as angústias conseqüentes, sobre um mundo em devir. Viver neste mundo instável, exigiu outro modo de estar no mundo, outro tipo de relação e de conhecimento. Quero por último dizer que o normal de linhagem borderline, aquele que põe em funcionamento seu corpo vibrátil[i], poderia ser bem considerado como o representante do pós-modernidade. É uma pessoa que pode manter-se criativa pois se encontra em regime de identificação dual-porosa[ii], podendo atravessar as máscaras e os territórios para se conectar diretamente com os afetos puros, podendo, a partir destas percepções, sensações e sentimentos reorganizar suas máscaras e seus territórios de uma forma inédita. Na verdade, se examinarmos com cuidado e atenção certos procedimentos analíticos, aqueles em que a evolução da relação analítica, vai de um relacionamento comum para uma intensa relação transferencial, com a ativação de fantasmas primitivos, poderemos dizer que já de há muito a psicanálise transita na direção da normalidade de linhagem borderline."

[i] Ver Suely Rolnik (1989)- “Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo”, pag.25/6. Estação Liberdade, São Paulo.
[ii] Ver Armony,N.(1995)- “Guerra, Identificação e Sociedade” in Humanidades, vol`10, número 3, UnB.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

o fim do homo normalis

"Com a industrialização cresceram as cidades, esgarçaram-se os vínculos afetivos e estabeleceu-se uma nova socialidade: a Gesselschaft onde impera o contrato formal nas relações sociais. Trata-se de uma sociedade impessoal e anônima. As pessoas são tratadas como unidades produtivas e não como unidades afetivas, maquinificando o homem que então pode ser facilmente descartado. Os homens tornam-se psicologicamente isolados. O indivíduo já não se identifica com a comunidade como um todo o que facilita o aparecimento de sentimentos de solidão, vazio e futilidade. Esta Gesselschaft refere-se ao modelo capitalista oitocentista caracterizado por uma economia de mercado voltada para a acumulação de capital através de uma ética da produção. Eram valores desta época, o trabalho, a honestidade, a disciplina, a sobriedade, a repressão[i]. É neste período que a teoria psicanalítica surge. Na fase pós-industrial, esta que estamos vivendo, o capitalismo já não necessita da mobilização intensiva da força de trabalho e portanto já não necessita de uma moral rígida, disciplinadora, incentivando então o lazer, o consumismo, o hedonismo[ii]. Acrescentemos a este quadro a velocidade, a mudança, a imagética, a dessacralização (da autoridade, das ideologias, etc.), a multiplicidade, a singularidade, o culto ao corpo, a concentração de renda, a violência, etc. Este é o contexto que podemos postular como interagindo com instituições, pessoas e famílias, numa inter-causalidade circular e criando condições para o aparecimento do borderline."

Nahman Armony
[

quarta-feira, novembro 22, 2006

deus2

segunda-feira, novembro 20, 2006

pedro e o lobo

concerteza já toda a gente ouviu ou ouviu falar da história de pedro e o lobo. Resumindo a narrativa, a história era mais ou menos assim, Pedro era um puto qualquer que estava sempre a dizer às gentes lá da terrinha, Olha o lobo, e o lobo nunca vinha, um dia o lobo veio e o gajo disse olha o lobo e ninguém lhe ligou, e o lobo lixou toda a gente. Identifico-me com o puto.muito pouca gente já acredita quando digo a verdade de tanto ilusão que crio, de tantos artificios sem sentido, de tanta insistência nos mesmos actos. é tramado. Comecei a escrever este texto a pensar dissertar sobre as minhas semelhanças com o desprezível mas inocente Pedro, discorrer sobre as suas falhas de carácter e tornar me vítima dos meus próprios, uma espécie de anti-herói trágico, linhas e linhas de associações e metáforas, analogias e comparações, mas Foda-se; acho que sou é o lobo.

segunda-feira, novembro 13, 2006

deus

ILLE VIVERE IN MIHI

"a dor e o sofrimento são inevitáveis, ser infeliz é uma opção"

não mais deixarei a dor e o sofrimento consumirem a minha alma

domingo, novembro 12, 2006

fdp2

não conheço ninguém que, a dada altura não tenha desiludido. eu falho.tenho jeitinho. não cumprir é comigo. eu minto, engano, iludo e desiludo. sou a maior fraude que conheço. faço chorar e não choro. sou triste e não pareço. como sou miserável, faço com que os outros o sejam, nem que seja um bocadinho. o meu único conforto é que não o faço conscientemente. mas tenho mais pena de mim do que dos outros, por isso não serve de muito. sou uma vitima de mim mesmo e os outros tornam-se as minhas. sou vazio e o mundo cabe todo em mim. não presto. não sou de confiança mas tenho capa de bom amigo. sou um equivoco, não se deixem enganar. eu hei-de falhar, mais tarde ou mais cedo, mesmo que diga que não o farei.não me suporto e sou o meu melhor amigo. sinto-me inferior e melhor que toda a gente.sim, desprezo-vos a todos e queria ser como voçês.

mudanças(?)

pois é. cheguei a pensar que tudo seria diferente.melhor. e agora não sei se está. melhor, entenda-se, porque diferente até está. troquei vicios por outros, comportamentos por semelhantes, atitudes por similares. afinal está tudo diferente. . melhor?não sei?pior?também não. está diferente e igual. o cheiro é outro mas a merda é a mesma.

quinta-feira, outubro 26, 2006

tu ou quase

quarta-feira, outubro 25, 2006

sabedoria

sabedoria também é nome de gente. e como lhe cai bem tal nome.

segunda-feira, julho 17, 2006

bodhisatta

hoje tive na net a falar com um amigo meu. um irmão de armas. um brother, falámos de quase tudo, da vida, das dúvidas, de sentimentos, de dor e de prazer. é um grande mano. este texto é para ti, boy. falámos de tudo, da vida. da life, como costumamos dizer entre nós, da life. falámos de tudo, hoje.de amigos, de mulheres, de bebida, de dor e de prazer. e ele disse-me uma frase que,apesar de insignificante no contexto da conversa, diz tudo. estávamos a falar de mulheres, de como não conseguimos viver com elas nem sem elas, e ele disse-me, não engates, desengata. desengata.como é verdade, como é profundo. é a mais pura verdade. desengata. um abraço, mano

caparica

a minha jornada em busca de auto estima continua. com passinhos pequenos, curtos, mas vai indo. tenho feito coisas que há meses não pensaria nunca em fazer. mas têm-me feito bem. não curam, mas ajudam. não posso querer estar bom de um dia para o outro. isto é um processo. ontem fui à praia. não ia á praia há 4 anos. não mergulhava na imensidão do oceano há 4 anos. 4 anos. não sei bem porquê. deixei de ir. mas fui. gostei. fez-me bem, fez-me sentir mais normal. oontem fui à praia. era o gajo mais branco da praia toda e tive-me a cagar. bronze da polónia, como dizia o pessoal que estava comigo. gozaram com a minha cor, estás mesmo branco, onde tens andado, fechado, preso? não me importei, ri-me. ri-me com eles, ri-me de mim próprio. diverti-me. foi bom. senti-me normal. eu ontem fui á praia. há 4 anos que não sentia a areia entre os dedos dos pés.

melodias

como é possível alguém viver sem música? como é q há pessoas para quem a música não é importante? é o poema mais bonito, a equação mais complexa, o mistério mais insondável, a narrativa mais completa. não gosto de pessoas que não precisam de música como de água.

quarta-feira, julho 12, 2006

fdp

o mundo não está para poetas. o mundo não está para mentes sensíveis. este é um mundo de duros, de filhas da puta,de mentes rijas, de gente rude. não é mundo para poetas. não é para gente sensível. é a selva, lá fora, é a selva. esta vida não é para todos, não é. este é um mundo de filhos da puta.

sexta-feira, julho 07, 2006

antítese

que dia de merda! hoje nada corre bem. e o problema nem é da minha cabeça, nem o meu mundo interior se está a portar muito mal comigo hoje. acordei seco como uma passa, tive de me despachar à pressa para ir á faculdade, a seguir passar nas aulas de código, para depois ir casa, apanhar o metro para apanhar o comboio para ir para faro. o metro não vinha, a mala pesada a vincar-me os ombros, o calor insuportável. chego à estação e vejo o comboio ainda na linha, pensei, Corre, tens tempo, e as calças a cairem pelas pernas abaixo, o suor a escorrer, o corpo a vacilar, Vou conseguir, são mais uns metros, e a porta fecha-se na minha cara. Vou trocar o bilhete, deve haver um já daqui a pouco, Este bilhete já não dá, já foi trocado uma vez, paciência. pois, paciência, já não tenho dinheiro para comprar outro e este só o posso trocar pelo alfa de amanhã. até amanhã, então, vou mas é tomar um banho

quinta-feira, julho 06, 2006

bom dia

olá bom dia. hoje estou bem disposto,o espelho refelectiu um andré mais a meu gosto, com outra cor, outra alma. um novo folêgo. até cantei no duche, eu, que esqueci que a melodia faz parte da vida. estou a aprender a desprender-me de mim, de me soltar. não sei o q se passa, mas é bom. snito-me vivo hoje. finalmente, um bom dia! finalmente. ainda há esperança, se calhar. espero q não seja sol de pouca dura

quarta-feira, julho 05, 2006

identidade

hoje não me vou por com grandes considerações. quero é que portugal ganhe. quando a rede abana és tu (sim, somos mesmo nós) que fizeste com que aquele rendilhado dance ao som duma explosão de euforia, estás feliz, naquele pequeno momento sabes o que é a felicidade. portanto o que eu quero é ser feliz hoje, ser eu. porque aquele jogo de nações naquele rectangulo é um fenómeno de identidade, uma das poucas maneiras de as pessoas se sentirem parte de algo, naquele momento somos todos os figos, os maniches, os ronaldos. e já agora dêm cabo dos franceses, se faz favor.

terça-feira, julho 04, 2006

playing trough eternity

foto by palinho

96 graus

96 graus de insanidade, 96 de loucura, 96 de calor. 96 graus são muitos graus, por qualquer angulo com que se aborde a questão. é quase um angulo recto, mas desafia a rectidão, ultrapassando os limites estipulados para que se mantenha firme, recto, certinho. 96 graus é muito quente, é quente demais, não dá para respirar, mata, frita. oh se frita. a água entra em ebulição aos 100, mas aos 96 já coze. 96 graus são muitos graus por onde quer que se pegue na questão. são demasiados.

segunda-feira, julho 03, 2006

day becomes night

foto by palinho

a mudança é uma constante da vida

As pessoas mudam? Será que realmente alguma vez o fazem? ou estarão constantemente a fazê-lo? será que o seu âmago permanece inalterado, rijo, fixo, incrustado na sua individualidade, num destino, numa escritura perdida numa infinidade qualquer, indefinida, etérea, grande, muito grande, tão grande que nos faz sentir diminutos, minúsculos, insignificantes, perdidos, abandonados a um devir que nos esmaga, nos sufoca, nos lembra constantemente que somos nada. Nada. Serei eu o mesmo que era? Será que sempre fui o que sou e o que sou é definido pelo que sempre fui. será que dei uma curva errada num entroncamento qualquer e me perdi do caminho, ou essa decisão estará certa e faz parte da minha natureza? Onde pertenço? Onde é o meu lugar? Será que esse lugar existe? Será que existe um lugar certo para cada um de nós? Como pode Deus existir? Repare-se que ainda tenho o respeito suficiente para me referir a Ele com maiúscula, o que implica que ainda devo ter alguma réstea de humanidade em mim. Quero ser tudo para alguém, quero que alguém seja tudo para mim. E se nada é o que parece? E se todo o mundo é um sonho? E a tua imagem reflectida? É tudo o que és? Qual a verdadeira natureza humana? Qual a minha natureza? Quero viver, quero ser feliz, por favor. Quero achar algum sentido para estar vivo. Preciso de viver e não é para amanhã, é para já. Agora. Não há mais tempo a perder. Já perdi tempo demais. Se só tenho esta vida, é esta que tenho de viver, porra. Não tenho mais nenhuma. Sou humano como os demais. Respiro, como, durmo, choro, rio, sofro, divirto-me, envelheço, morro. Como todos nós. Maldita esta sensibilidade com que nasci. maldita. tornou-me alguém fútil, demasiado fútil e egoísta. Não é isso que quero ser. Não mais. Quero ser uno, quero ser completo e sóbrio. Vou provar a mim mesmo que sou forte. Sou mais forte que tudo isto. Muito mais. Sou senhor de mim mesmo, sou dono da minha vontade, das minhas capacidades. Chega de me vitimizar, de me torturar, e , consequentemente, aos outros. Sou mais. Bem mais do que isto. Quero amar-me para poder amar os outros. Quero ver a luz do dia com alegria, com prazer. Vou conseguir.

dióniso

nietzche falava do estado apolíneo e dionisiaco. penso que a generalidade das pessoas sabem do que se trata, pois no secundário levémos quase todos com isto. e esta expressão do "levar com isto", não é de modo algum pejorativa. adorei. aos 16,17 anos é do melhor. já kant... mas isso são outras histórias que não vêm ao caso.ora bem, o louco alemão defendia que o estado apolíneo correspondia, de certo modo, à sobriedade e o dionisiaco à embriaguez. e dizia que a verdade vem ao de cima no seu maior esplendor quando o homem está embebido do espirito dionisiaco, a catarse, a revelação. tudo vem ao de cima, a verdadeira natureza do homem. ora isto convém-me sobremaneira. pois quando estou "embebido" desse mesmo espírito, tudo parece fazer mais algum sentido, sinto-me mais eu, e esqueço-me das amarguras e das dúvidas da sobriedade(?). espero que ele tenha razão, e que esse estado revele, se não todas, algumas verdades. fico mais descansado. faz-me sentir melhor. este homem era um génio. ou então, não. se calhar era um alcoólico desgraçado que tentava justificar a sua miséria.

parte II

Eles já foram. Deixaram-me. Como quando tinha cinco anos e perdi-me na praia. Fiquei sozinho. A única imagem que tenho desse momento é do mar. das ondas, do vazio, do nada. Da solidão absoluta. Deixaram-me sozinho. Hoje a minha carne perguntou-me, Tu não conheces a tua personalidade, e eu disse que não. Tu tens percepção do que és, do que fazes ás pessoas que amas? Não. Porque fazes o que fazes? Não sei. Porquê? Não sei, não sei. Tens noção de como está o teu pai? Sim, tenho, alguma. Incomoda-te? Sim, mas não. Porquê? Não sei, não sei. Tens o recibo da medicação? Tenho, mas a senhora enganou-se e pôs no meu nome. Assim não serve de nada, não dá para descontar nos impostos. Foda-se, tou-me a cagar para a merda dos impostos, que se fodam os impostos. Não percebo, andré, não percebo, já viste a idade que tens, toda a gente se está a orientar, e tu continuas na mesma, tu tens que trabalhar, tens que começar por algum lado, seja o que for, quando é que deixas de ter pena de ti próprio? Sim, tens razão, Tou farta de dizeres que sim, que sim, devias chamar-te o senhor sim\sim, é só o que dizes, tá bem. sim, sim, mas não te vejo a fazer nada, a tomar uma atitude, nada, e as lágrimas correram-lhe pelo rosto. E eu? Eu ri-me. Eu ri-me. É só que eu sei fazer, rir, gozar com os outros, com uma sobranceria genética de quem acha que sabe tudo e não sabe nada. eu ri-me. não há nada para rir, e eu ri-me, irónicamente. O absurdo completou o circulo. Spin in black circle, como canta aquela banda de quem eu sequer nem gosto muito. Não percebo, filho, Eu também não, e nem sequer desculpa pedi.

sexta-feira, junho 30, 2006

antónio e conceição

hoje estive com eles.aqueles, do amor incondicional. tinha tanto para lhes dizer, mas não disse nada. tantas lágrimas para verter, mas não caiu uma. tantas verdades para lhes contar, mas escondi-me outra vez. eles estão aqui por mim. só por mim. eu sei. mas não demonstro que o sei, finjo-me indiferente. vieram mostrar que,apesar de tudo, estão comigo. mas eu não mostrei que estou com eles, nunca o mostro. nem fiquei nervoso. cheguei. beijei, comi, fiz tempo e vim-me embora para o meu canto. aqui estou bem. até logo. não sei o que fiz para merecer isto. nem consigo perceber o que eles fizeram. nada. ou demais.amaram demais.

quinta-feira, junho 29, 2006

2º andar esq

e pronto, já está. Então o algarve, está bom, Sim, senhor, não tenho ido lá muito, E você, sente-se melhor, Acho que sim, A tristeza já passou, É intermitente, depende dos dias, Muito bem, e as ideias de suícidio, tem tido, Ultimamente nem por isso, Então está melhor, Estou diferente, Não pode parar a medicação, não se esqueça, Concerteza, senhor doutor, Então e drogas, Não, nada, Álcool, Só de vez em quando, Um copito de vez em quando não faz mal, não pode é abusar, Claro, Vai de férias, Acho que sim, Para o algarve, Em principio, Vai para que praias, é que eu conheço muito bem o algarve, Sei lá, para uma qualquer, Então vemo-nos em setembro, força e tome lá a receitinha, Muito obrigado senhor doutor, Força, Obrigado.

quarta-feira, junho 28, 2006

cor de vinho

bebo um por ti, amiga.ou muitos.

jesi

hoje não sei o que escrever. nem sequer o que pensar. a mãe da minha amiga já não está cá. podia por-me a conjecturar sobre o sentido da vida, sobre a efemeridade das coisas, sobre a fragilidade do ser, mas não consigo. não sei o que pensar. ainda não falei com ela. não sei o que dizer.nada do que eu diga fará a minima diferença. a mãe da minha amiga já não está cá. não sei lidar com isto.não sei. espero que ela esteja bem.sei que não está. sei que ela é forte, isso eu sei. tenho de falar com ela. mas sei que as palavras nada dizem. o que eu queria era dar-lhe um abraço, apertá-la.


isto foi escrito por um padre jesuíta. todos os dias leio estas palavras.todos.minutos de sabedoria

imbecil

acho que se calhar estou melhor. pelo menos ando com vontade.pouca, mas alguma. obrigado, não sei bem a quem, mas a alguém, não a mim. estou a começar a entender que preciso dos outros. e isso é bom, é muito bom. sinto-me religado. não está tudo bem, mas começo a pensar que talvez não esteja tudo mal. e acreditem que essa assumpção é algo de extraordinário para mim. afinal se calhar há coisas que fazem algum sentido. se calhar tenho coragem para estar vivo.se calhar. só haver uma hipótese já é bom, muito bom. se calhar ando enganado, errado. se calhar. quero tanto ser um imbecil equivocado. não quero ser um clarividente autocentrado que acha que tudo é preto no branco e que nada há a fazer, que nada vale a pena. quero ser um imbecil que se alegra com coisas insignificantes. porque não há mais nada. vamos ver amanhã.

terça-feira, junho 27, 2006

múltipla escolha

borderline, esquizóide, esquizótimico, histriónico, somatoforme, ciclotímico, esquizofrénico, psicótico, obsessivo compulsivo, depressivo, disformista, narcisista, ansioso, psicopata, bipolar, fóbico, paranóico, neurótico, anti-social, anormal. escolham um que eu não consigo.

egoísta

isto de ser um doido depressivo tem muito que se lhe diga. para além do rol infindável de pensamentos, comportamentos e sensações que vêm embrulhados no pacote, o sentimento que mais perdura,mais mói, mais fura, é a solidão.absoluta.estamos tão imersos nas águas do nosso pensamento que tudo o resto deixa de existir, e no entanto a força da sua existência esmaga-nos. ninguém entende, ninguém percebe, eu tenho consciência das coisas num patamar a que ninguém acede, eu sou louco- este é um dos pensamentos padrão. e aos poucos vamos conhecendo pessoas que sentem o mesmo, que te fazem sentir que não estás sozinho na insanidade. e reconhecendo a tua miséria nos olhos de outro, sentes-te humano outra vez. a tragédia foi semeada ao vento, espalhou-se por aí. e não te sentes tão sozinho. a desgraça do outro faz-te sentir melhor. tanto mal não te calhou só a ti, ó pretensioso. o que é que isto diz sobre a natureza humana? dir-me-ão que é normal? pior ainda.

15 anos

hoje encontrei no meio da tralha uma coisa esquisita que escrevi quando tinha 15 anos.reparem

obscura clarividência que ofusca
um ardor que em mim se aloja
sentido esta alma busca
num destino que a enoja
o querer não é mais que sonhar
o sonho mais não é que vontade
o desjo perde-se no aceitar
da negação da saudade
e o ser sente-se perdido
na infinitude da espera
perde a noção do sentido
pensando em ti desespera
é o fim do caminho já traçado
o principio de um por traçar
com linhas rudes é desenhado
traço brusco irregular

eu já não sei o que isto quer dizer, ou pelo menos o que queria dizer na altura. toda a gente tem a mania que é poeta. o ridiculo tem um encanto singular, não é?como é melhor ser ridiculo aos 15..


quinta-feira tenho consulta. já estou ansioso. detesto aquilo. a sala de espera, no entanto, é o ex-libris do surreal. é impossível sentirmo-nos sãos no meio daquela gente. engraçado não é, "aquela gente", como se fossem seres que não encontrariamos em lado nenhum senão ali, sentados naqueles sofás gastos, a ler revistas com data do ano passado com a sofreguidão a que nos obriga a espera. até freiras lá estavam no último dia que lá estive. ora isto é de tirar a fé a qualquer um. não quero ver gente de fé ali, senão questiono-me se a fé serve realmente de alguma coisa. adiante.

vai-me perguntar como estou, Então andré, como é que isso vai, e eu não sei. não sei mesmo como vai. acho que não lá muito bem. mas já esteve pior.acho. provavelmente vou dizer que estou melhor, que vou andando, só para não me chatear muito. ele pensa que eu sou transparente, mas eu acho que ele é muito mais do que eu. para ele não sou mais que esta foto, um rosto, mais um que ele pensa que lê com a facilidade de uma freira a ler revistas do ano passado. quinta-feira tenho consulta. pode ser que ajude.

sexta-feira, junho 23, 2006

opiniões

se aparecer aqui algum esótérico ou psicológo de pacotilha, ou dos outros com diploma na parede, opinem sobre o significado deste sonho,aceitam-se qualquer tipo de interpretações

quinta-feira, junho 22, 2006

sonhos

tenho uma capacidade inata de me recordar nitidamente do que sonho todos os dias. E olhem que isto não é bom, quem me dera não me lembrar da maior parte deles. hoje sonhei que estava num centro comercial, á porta um cigano pede-me um cigarro, Have you got a cigarrette, ao que eu respondo de forma abrupta,Não tenho tabaco, ele ofende-se e diz, Deves pensar que és melhor do que eu, palhaço. vou ter com ele e explico-lhe que não acho nada disso, Estou apenas maldisposto, dou-lhe um abraço e ele cheira mal. afasto-me uns metros e dou por mim numa floresta dde contornos alienigenas, com uma flora que nunca vi em lado nenhum. estou perdido e começo a ouvir música, sigo o som, e por detrás de uma árvore encontro o Gomo a tocar guitarra e cantar. O Gomo aqui sozinho, penso eu, e escondo-me num arbusto onde estão uma adoráveis criaturinhas semelhantes ao pirilampo mágico a dançarem alegremente embalados pela música. quando dão pela minha presença no meio deles, ficam muito incomodados e fazem-me sinais para eu sair dali depressa, assusto-me e dou um enorme salto na direcção do arbusto mais próximo, que era na verdade uma espécie de cacto. dou um grito de dor e todos olham para mim, começam a tirar os fatos de criaturinhas adoráveis e dizem, Estamos a filmar, estragaste tudo, Estraguei tudo, digo eu, Olhem como estou, o que me fizeram, gemo de dor e vou-me embora aborrecido por ninguém me tirar os picos dos braços. Nisto, encontro os meus pais e o meu irmão , a fazer as malas, numa auto caravana, Despacha-te, dizem eles, vamos para o brasil.Não quero ir para o brasil, penso, é perigoso.Surge o meu irmão com uma lagartixa nos braços, Olha só, o meu lagartinho brinca com o gato, e deleito-me a ver o lagarto a lamber o gato, ao que este responde na mesma moeda. Que bonito, que animais tão amigos. De repente o lagartinho já não é um lagartinho, é um lagartão, Que gordo, como cresce depressa, digo á minha mãe. agarro no gato e penso que feliz que ele deve ser, tem um amigo novo. Olho com mais atenção e reparo que lhe falta uma pata, entro em estado de puro horror e grito, Mãe o lagarto comeu a a pata do gato, já não vou para o Brasil.

ode ás benzodiazepinas

Ah benditas sejam! pequenos momentos de paz com nome indecifrável, pequenos abraços breves, pequenos afagos, sublimes beijos quentes. As melhores coisas do mundo Vêm sempre em embalagens pequenas e do material ao inteligível é um diminuto pulinho. meus melhores amigos estão todos encaixotados e vivem só para mim. eu sou o seu último reduto, a razão da sua existência e retribuo-lhes com infinito amor. breve mas plena de sentido é a sua vida.

"one more medicated peaceful moment"
"O caos é uma ordem por decifrar" - Livro dos Contrários

quarta-feira, junho 21, 2006

poeta urbano anónimo

"Águas! quando tomais a decisão de andar para cima?"

terça-feira, junho 20, 2006

right where it belongs

"what if everything around you
isn`t quite as it seems
what if all the world you think you know
is an elaborate dream
and if you look at your reflection
is that all you want tobe
but if you could look right trough the cracks
would you find, find yourself afraid to see
you couldn´t be this illusion
you can choose to believe
you keep looking but you can`t find the one
are you hiding in a dream" - nine inch nails

mais do mesmo


ai ai que o dia não está a correr bem. tenho de entregar dois trabalhos amanhã e já me pus a beber. foda-se. peço desculpa pela linguagem vernácula, mas isto não está fácil. o ócio é mortal, corrói.já vejo o fundo da garrafa outra vez. como diz o outro, o que eu queria era ser um gato.

palinho e palinha


o palinho vai casar. vai pôr um anel no dedo e outro igual vai para a mão dela. porque é as pessoas se casam? porque estamos sozinhos e queremos uma testemunha da nossa vida. sim, uma testemunha como essas que são precisas para que algo tenha acontecido. se ninguém viu, não aconteceu. As pessoas são assim. todos precisamos de alguém que esteja connosco ao longo das nossas vidas, alguém que responda - sim, estive lá, eu vi, foi assim- uma testemunha. acho que o palinho achou a dele. estou feliz. porque se alguém está disposto a ser esse alguém e que o outro o seja para si, deve ser isso o amor. incondicional partilha de uma vida- é a maior prova de todas, o maior sacrificío e a melhor prenda. Amem-se muito, sejam ambos testemunhas de duas vidas numa só, uma que vale a pena, juntos. Parabéns, amigos!!

segunda-feira, junho 19, 2006

casa



isto é uma casa. melhor, isto é um tecto. são paredes, é cimento ou se calhar pedra ou outra matéria qualquer. mas não é uma casa. uma casa tem forçosamente de ser outra, coisa, ou então andamos todos enganados. diz a populaça que casa é onde nos sentimos em casa. então o que é isso de se sentir em casa? deve ser sentir que estamos onde pertencemos, de onde viemos, para onde vamos. unos, quentes. bom ,então quando nos sentimos em baixo há sempre um par de gente que te quer bem que te diz
Tens de sair de casa..
Apetece-me estar em casa,
fica para depois, outro dia
Anda, se saíres vais-te sentir
melhor
Tenho coisas pra fazer
Pronto, tu é que sabes, depois
logo digo qualquer coisa

auto retrato


dá-me um balão para fugir daqui. Dá-me um veículo qualquer mais forte e mais rápido que as minhas pernas trémulas.quero fugir. só o vinho já não serve. tem pernas curtas ,leva-me e traz-me demasiado depressa. leva-me daqui, para outro lugar, outro lugar, um qualquer melhor do que este. este não presta, cheira mal. É feio. tenho um encontro marcado comigo há demasiado tempo para ainda não o ter concretizado. fazer a barba é uma seca. acordar dói. já nem dormir serve. quero conhecer outro lugar. leva-me daqui.

manifesto narcisista


Eu não sou o meu umbigo.Eu não sou os meus braços nem as minhas pernas. Não sou o meu cabelo nem os meus pêlos, nem as minhas unhas nem os meus dedos. Nem sequer os dentes ou as rugas que marcam o tempo, não sou as minhas costas nem os meus sinais, nem a minha voz nem sequer a minha respiração. Nem estrias nem músculos, nem gengivas nem lábios.Não sou a minha testa nem o queixo, o maxilar e as orelhas, os poros e a pele. Não sou os meus sonhos nem a realidade.Não sou a minha cama nem os meus pensamentos. Não sou da minha idade nem de idade nenhuma. não estou vivo nem estou morto, não estou a dormir nem acordado. Eu sou tudo e sou nada. E sou tu e tu és eu.Não sou uma imagem nem uma idéia, o silêncio ou o ruído. não estou ébrio nem estou sóbrio, nem sou carne nem sou espírito. Eu sou tudo e sou nada. não estou aqui nem ali, não existo e sou tudo o que existe. não choro nem rio, não morro nem vivo, não odeio nem amo, não gosto nem deixo de gostar. estou sozinho e com toda a gente, gosto de ti e nem por isso.Sou tudo e sou nada. Sou bonito e sou feio, sou magro e sou gordo, feliz e miserável, afortunado e desgraçado, velho e novo. Sou teu amigo e não sou amigo de ninguém. já te amei e não sei o que é o amor. Sou um milagre e uma tragédia. Não gosto de estar vivo nem quero morrer. Não gosto disto nem daquilo. eu sou Tudo e eu sou Nada.

sábado, junho 17, 2006

Prematuro Imaturo