sexta-feira, junho 30, 2006
quinta-feira, junho 29, 2006
2º andar esq
quarta-feira, junho 28, 2006
jesi
imbecil
terça-feira, junho 27, 2006
múltipla escolha
egoísta
15 anos
obscura clarividência que ofusca
um ardor que em mim se aloja
sentido esta alma busca
num destino que a enoja
o querer não é mais que sonhar
o sonho mais não é que vontade
o desjo perde-se no aceitar
da negação da saudade
e o ser sente-se perdido
na infinitude da espera
perde a noção do sentido
pensando em ti desespera
é o fim do caminho já traçado
o principio de um por traçar
com linhas rudes é desenhado
traço brusco irregular
eu já não sei o que isto quer dizer, ou pelo menos o que queria dizer na altura. toda a gente tem a mania que é poeta. o ridiculo tem um encanto singular, não é?como é melhor ser ridiculo aos 15..
quinta-feira tenho consulta. já estou ansioso. detesto aquilo. a sala de espera, no entanto, é o ex-libris do surreal. é impossível sentirmo-nos sãos no meio daquela gente. engraçado não é, "aquela gente", como se fossem seres que não encontrariamos em lado nenhum senão ali, sentados naqueles sofás gastos, a ler revistas com data do ano passado com a sofreguidão a que nos obriga a espera. até freiras lá estavam no último dia que lá estive. ora isto é de tirar a fé a qualquer um. não quero ver gente de fé ali, senão questiono-me se a fé serve realmente de alguma coisa. adiante.
vai-me perguntar como estou, Então andré, como é que isso vai, e eu não sei. não sei mesmo como vai. acho que não lá muito bem. mas já esteve pior.acho. provavelmente vou dizer que estou melhor, que vou andando, só para não me chatear muito. ele pensa que eu sou transparente, mas eu acho que ele é muito mais do que eu. para ele não sou mais que esta foto, um rosto, mais um que ele pensa que lê com a facilidade de uma freira a ler revistas do ano passado. quinta-feira tenho consulta. pode ser que ajude.
sexta-feira, junho 23, 2006
opiniões
quinta-feira, junho 22, 2006
sonhos
ode ás benzodiazepinas
"one more medicated peaceful moment"
quarta-feira, junho 21, 2006
terça-feira, junho 20, 2006
right where it belongs
isn`t quite as it seems
what if all the world you think you know
is an elaborate dream
and if you look at your reflection
is that all you want tobe
but if you could look right trough the cracks
would you find, find yourself afraid to see
you couldn´t be this illusion
you can choose to believe
you keep looking but you can`t find the one
are you hiding in a dream" - nine inch nails
palinho e palinha
o palinho vai casar. vai pôr um anel no dedo e outro igual vai para a mão dela. porque é as pessoas se casam? porque estamos sozinhos e queremos uma testemunha da nossa vida. sim, uma testemunha como essas que são precisas para que algo tenha acontecido. se ninguém viu, não aconteceu. As pessoas são assim. todos precisamos de alguém que esteja connosco ao longo das nossas vidas, alguém que responda - sim, estive lá, eu vi, foi assim- uma testemunha. acho que o palinho achou a dele. estou feliz. porque se alguém está disposto a ser esse alguém e que o outro o seja para si, deve ser isso o amor. incondicional partilha de uma vida- é a maior prova de todas, o maior sacrificío e a melhor prenda. Amem-se muito, sejam ambos testemunhas de duas vidas numa só, uma que vale a pena, juntos. Parabéns, amigos!!
segunda-feira, junho 19, 2006
casa
isto é uma casa. melhor, isto é um tecto. são paredes, é cimento ou se calhar pedra ou outra matéria qualquer. mas não é uma casa. uma casa tem forçosamente de ser outra, coisa, ou então andamos todos enganados. diz a populaça que casa é onde nos sentimos em casa. então o que é isso de se sentir em casa? deve ser sentir que estamos onde pertencemos, de onde viemos, para onde vamos. unos, quentes. bom ,então quando nos sentimos em baixo há sempre um par de gente que te quer bem que te diz
Tens de sair de casa..
Apetece-me estar em casa,
fica para depois, outro dia
Anda, se saíres vais-te sentir
melhor
Tenho coisas pra fazer
Pronto, tu é que sabes, depois
logo digo qualquer coisa
dá-me um balão para fugir daqui. Dá-me um veículo qualquer mais forte e mais rápido que as minhas pernas trémulas.quero fugir. só o vinho já não serve. tem pernas curtas ,leva-me e traz-me demasiado depressa. leva-me daqui, para outro lugar, outro lugar, um qualquer melhor do que este. este não presta, cheira mal. É feio. tenho um encontro marcado comigo há demasiado tempo para ainda não o ter concretizado. fazer a barba é uma seca. acordar dói. já nem dormir serve. quero conhecer outro lugar. leva-me daqui.
manifesto narcisista
Eu não sou o meu umbigo.Eu não sou os meus braços nem as minhas pernas. Não sou o meu cabelo nem os meus pêlos, nem as minhas unhas nem os meus dedos. Nem sequer os dentes ou as rugas que marcam o tempo, não sou as minhas costas nem os meus sinais, nem a minha voz nem sequer a minha respiração. Nem estrias nem músculos, nem gengivas nem lábios.Não sou a minha testa nem o queixo, o maxilar e as orelhas, os poros e a pele. Não sou os meus sonhos nem a realidade.Não sou a minha cama nem os meus pensamentos. Não sou da minha idade nem de idade nenhuma. não estou vivo nem estou morto, não estou a dormir nem acordado. Eu sou tudo e sou nada. E sou tu e tu és eu.Não sou uma imagem nem uma idéia, o silêncio ou o ruído. não estou ébrio nem estou sóbrio, nem sou carne nem sou espírito. Eu sou tudo e sou nada. não estou aqui nem ali, não existo e sou tudo o que existe. não choro nem rio, não morro nem vivo, não odeio nem amo, não gosto nem deixo de gostar. estou sozinho e com toda a gente, gosto de ti e nem por isso.Sou tudo e sou nada. Sou bonito e sou feio, sou magro e sou gordo, feliz e miserável, afortunado e desgraçado, velho e novo. Sou teu amigo e não sou amigo de ninguém. já te amei e não sei o que é o amor. Sou um milagre e uma tragédia. Não gosto de estar vivo nem quero morrer. Não gosto disto nem daquilo. eu sou Tudo e eu sou Nada.